12 setembro, 2006

COPROFAGIA

Abra os olhos. Fronte ao espelho quebrado no banheiro, a mulher estava fora de si, no seio esquerdo havia o garfo de prata cravado fundo, como se ela quisesse arrancar o coração do corpo. Ela visualiza sua própria imagem com um olhar angustiado cheio de raiva e melancolia: ela ainda o amava, amava tanto seu sangue, seu suor, sua porra, sua merda! Aquele não era só o homem da sua vida, mas a sua razão de viver. Ele a deixara, mas esqueceu de puxar a descarga, ela ensandecida engolira todas as suas fezes como um prêmio, como uma lembrança. Ela o queria, ela o queria dentro dela! Como uma mosca varejeira ela se lambuzava com aquela pasta marrom, chorando agora jogada no chão ensangüentada, cagada e vomitada, ela sim, queria ser uma mosca, um verme que fosse, pra ficar perto dele, um outro verme maldito, queria ser uma mosca em volta dos seus restos sem que fosse percebida, mas ela já não era percebida mesmo assim. Queria estar presente, queria sentar no seu estrume como se fosse o trono de uma rainha e tocá-lo nos lábios uma última vez.Alguns dias antes:O homem chega mais cedo do trabalho e encontra sua mulher enfiando o peixinho dourado do aquário no ânus. Perplexo, ele observa a cena sem se mover. Ela não percebe sua presença e continua a socar com força o peixinho no rabo. O marido enfim se excita e decide entrar em cena: agarra a mulher, a põe de quatro e come o peixinho dourado semivivo. Ela o olha vibrante, como nunca o olhara e diz: me come! Ele obedece....Peixe morto, mulher esporreada, homem satisfeito. Ele vira para um lado e dorme. Ela pensa: preciso arrumar animais maiores.No outro dia o marido chega em casa e a mulher está de quatro com uma jibóia dentro dela. O homem não se contém e transvia sua senhora de maneira irreversível. Depois disso ele dorme.Sexo oral com Podle, papai-mamãe com macacos. Ela adorava os animais. E aprendeu muito com eles. Uma das coisas que a mulher descobriu ser apaixonada foi por comer as fezes dos seus parceiros sexuais. E agradava a todos menos o seu marido que nunca parecia satisfeito por completo.Um dia enquanto seu amor dormia, ela trouxe para sua casa um cavalo, depois de o deixar bastante excitado, colocou o quadrúpede em posição estratégica atrás do marido, tirou a cueca do próprio e o cavalo penetrou fundo no corpo do homem que só teve tempo de dar um uivo e apagar.A mulher indignada pensa: até assim ele continua dormindo! Saiu chorando e o marido nunca mais acordou.Ela cozinhou uns ovos, pegou umas torradas abriu as pernas e começou a comer os alimentos postos na sua região íntima. Uma semana depois cansada daquele ar saudável de solidão enquanto o homem apodrecia ensangüentado no quarto cheio moscas e o cavalo cagava no carpete, ela, com o garfo do bife que acabara de comer, se dirigiu até o banheiro e lá sentiu que apesar de seu esforço ele a deixara sozinha.Olhou para o espelho, e no seio nu cravou o garfo de prata. Olhou para a privada. Ele nunca dava a descarga. Mergulhou o braço na água dourada e esfomeada comeu a única coisa que lhe restara de seu homem, a única forma de tê-lo dentro dela. Feche os olhos.

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